Como piscavam os antigos pisca-piscas?



Pisca-pisca das antigas
Se você, como viveu as décadas de 1990 e 2000, com certeza já viu um pisca-pisca das antigas, como o da foto desse artigo. Deve se lembrar que na loja era algo simples de decidir entre o pisca-pisca colorido ou branco e a versão com ou sem pisca. A parte difícil é entender dois detalhes: por que eles raramente duravam até o ano seguinte e como era feito o efeito de pisca, sem um controle, sem transistores nem nada do tipo.
                Pra começar, vamos valar sobre como esse circuito funciona: eram 50 ou 100 lâmpadas, divididas em algumas malhas, normalmente 2 malhas para os modelos de 50 lâmpadas e 3 ou 4 malhas para os modelos com 100 lâmpadas. Cada uma das malhas com 25 ou mais lâmpadas associadas em série. Assim, cada uma das lâmpadas funcionava sob uma tensão de aproximadamente 5V, quando ligada em uma tomada de 127V. Veja abaixo um esquema desse circuito.
Representação do circuito elétrico de um pisca-pisca com lâmpadas associadas em série
                Agora que sabemos como funcionavam os pisca-piscas antigamente, sabemos o que precisamos para apagar uma das malhas do circuito: basta desligar uma das lâmpadas e todas as lâmpadas da malha na qual essa lâmpada se encontra irá apagar pelo simples motivo que a eletricidade só tem um caminho para passar por todas as lâmpadas do circuito. Eis aí também o motivo pelo qual esses pisca-piscas raramente duravam mais que um ano: era muito fácil tirar uma lâmpada do lugar ou quebrar uma das boquilhas, estragando toda uma malha.
                Mas, voltando ao assunto principal desse post: para fazer com que uma das lâmpadas se apague intencionalmente bastava adicionar a ela um interruptor: uma lâmina bi metálica que se deforma interrompendo a passagem de energia ao atingir certa temperatura é uma excelente pedida, ainda mais em uma lâmpada incandescente. Interrompendo o funcionamento de uma das lâmpadas, todas as lâmpadas presentes na malha se apagam. Quando a lâmpada esfria, a lâmina voltava à sua posição original e a malha voltava a se acender. Isso garantia o efeito de piscar para uma das malhas. Praticamente aleatório e em um ritmo que depende de fatores como vento, temperatura ambiente e chuva, mas, interessante.
                Hoje em dia as lâmpadas incandescentes foram substituídas por outras mais eficientes ou por LEDs que praticamente não esquentam, inviabilizando o uso desse recurso. Por isso os controles rítmicos feitos com transistores ou microcontroladores.

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