Por que somente em 2019 ocorreu um pouso suave na face oculta da Lua? E, o que os chineses querem fazer la?



 Muitos anos após o término das missões Apollo e com grande parte da superfície lunar mapeada, a China pousa uma sonda na face oculta da Lua em pleno 2019 e chama a atenção de muita gente. Mas, por que somente agora esse pouso ocorreu e, o que essa sonda fará na Lua?
 Vamos por partes. Primeiro, vamos falar sobre a dificuldade de pousar na face da Lua voltada para a Terra: requer um lançador adequado que permita à sonda chegar até a Lua e depois, usando combustível em foguetes, reduzir a velocidade da sonda até que ela possa pousar sem quebrar. Não pode simplesmente abrir um paraquedas porque na Lua não tem atmosfera.
 Todos esses passos são programados e acompanhados de perto pela agência espacial na Terra, para que não saia nada errado durante o pouso. Isso significaria um prejuízo de milhões ou bilhões para qualquer agência espacial de qualquer país e a não conclusão de uma missão espacial.
 Agora, imagina pousar na face oculta da Lua, da qual nenhum sistema de comunicação pode se comunicar diretamente com a Terra pelo mesmo motivo que você não pode se comunicar via rádio com alguém no Japão sem usar satélites para isso. O desafio se torna muito maior. A solução dos chineses? Enviar um satélite que permita essa comunicação. O satélite enviado pelos chineses bem antes da sonda foi posicionado em um dos pontos de Lagrange, que são pontos onde as forças de atração entre dois corpos, no caso a Lua e a Terra, são nulas.
 O satélite enviado pelos chineses, posicionado em uma posição que permite a comunicação entre a Lua e a Terra foi usado para o monitoramento do pouso dessa sonda espacial. Parece simples para a tecnologia atual. Mas, algo impossível para a tecnologia e os objetivos dos programas espaciais dos tempos da Guerra Fria.
 Mas, por que a China gastaria bilhões enviando quatro sondas pra explorar a Lua, juntamente com um satélite de comunicações para permitir o pouso da Chang’e 4, sendo que as Missões Apollo já trouxeram uma quantidade gigante de material lunar para a Terra?
 A resposta para isso talvez esteja em um isótopo do Hélio que vem sendo amplamente usado em pesquisas sobre fusão nuclear, o Hélio 3 ou tralphium. O elemento, presente em grandes quantidades no vento solar é desviado pelo campo magnético terrestre. Porém na Lua a coisa é diferente: especula-se que o material exista em grandes quantidades na Lua. Justamente por isso as sondas foram enviadas ao satélite por um dos países que mais precisa de energia limpa de grande quantidade.
 As sondas Chang’e 3 e 4 tem por objetivo coletar amostras de solo lunar de regiões onde se especula que existam grandes quantidades de Hélio-3 acumulado, verificando a possibilidade de um futuro projeto de mineração na Lua, o que, por enquanto, mais se parece coisa de filme de ficção científica.
Achou interessante? Continue acompanhando o blog, em breve irei escrever sobre as pesquisas envolvendo fusão nuclear e como este pode ser

Comentários