Muito
se fala sobre as muitas atrocidades cometidas por todos na Idade Média. Não era
um bom tempo para se viver, fossem para os servos, senhores feudais, escravos
ou membros do clero. Mas uma coisa é quase unânime entre muitos: a Igreja
Católica ser contra o avanço científico. Vamos ver que a coisa não era bem
assim. Em uma série de três textos, falarei um pouco sobre esse tema, bastante
polêmico para cientistas e religiosos.
No
primeiro texto, uma contextualização sobre o que estava acontecendo na época em
questão: o fim da idade média, entre os séculos XIV e XVI: iluminismo,
mercantilismo e absolutismo.
O
primeiro dos movimentos, o iluminismo, foi uma manifestação bancada pelos
interessados nos outros dois: a burguesia e os nobres, buscando meios de minar
a influência do clero na sociedade, passaram a patrocinar pintores, escritores,
escultores e outros artistas para que criassem meios para reduzir a
interferência da Igreja na sociedade.
Para
isso, esse grupo de pessoas buscou inspiração em um tempo em que a religião não
tinha nenhuma influência nas decisões dos reis e dos comerciantes: os tempos de
glória do império grego. Arquitetos, escritores e filósofos passaram a se
inspirar nos filósofos da antiguidade e em seus princípios.
O pensamento
indutivo, baseado em filósofos como Ptolomeu, Aristóteles e Platão passou a ser
ensinado em escolas, que aliás, passaram a pensar um pouco mais na posição dos
alunos e em suas dificuldades de aprendizagem (não, linhas de pensamento como a
de Paulo Freire não são nem um pouco novas). A Filosofia natural (que mais
tarde se chamaria Física) e a matemática passaram a ser ensinadas a quem tinha
dinheiro para pagar pelos professores, enquanto a alquimia passou a ser
praticada em locais remotos. Em algum momento passaria a se chamar química.
Enquanto
isso, a burguesia e a nobreza buscavam formas de se consolidar no poder e usavam
de diversas obras que colocassem o homem como o centro de tudo. Ou seja, o
modelo geocêntrico de Ptolomeu e a física aristotélica eram dois ótimos modelos
matemáticos que satisfaziam à Igreja, por colocar o Homem como ser perfeito no
centro de todas as atenções, cercado por corpos perfeitos no céu, aos nobres,
pois o homem estava no centro de tudo e era diretamente responsável por suas
ações e proprietário de tudo ao seu redor e à burguesia, pois os modelos davam
liberdade aos homens para que se apropriassem de tudo ao seu redor e usassem em
seu benefício próprio.
Porém,
a publicação, em 1605, das leis de Kepler, que tiravam a Terra do centro de
tudo e o uso do telescópio, por Galileu Galilei, em 1609, para mostrar que, na
verdade, o céu é imperfeito como a terra, fizeram com que reis, comerciantes e
religiosos se unissem contra a ciência que estava nascendo.
Na
próxima postagem, falarei sobre esses nomes e sobre as consequências de suas ações.
Comentários
Postar um comentário