Algo estranho aconteceu com a educação no Brasil: em menos de um mês, escolas e professores consideram evoluir de um modelo de educação onde o Smartphone e o acesso à internet são concorrentes desleais no processo de obter o interesse e a atenção dos alunos para as principais ferramentas utilizadas na sala de aula. Os problemas de uma aula online vão muito além do acesso à internet e passam pela metodologia e pelo processo de avaliação.
Uma boa notícia é que universidades de vários países disponibilizam sites e pequenos aplicativos que podem ser de grande ajuda aos professores, em especial para os professores de matemática e ciências da natureza: os simuladores de experimentos com orientação didática. Embora eles não consigam substituir uma atividade contextualizada e bem estruturada em um laboratório de ciências, são um forte aliado aos professores na hora de organizar uma aula e torná-la interessante.
Primeiro desafio: como ensinar online?
Na última postagem que fiz, falei sobre as possibilidades, ou impossibilidades, da adoção do ensino online, onde tendo por base dados do IBGE, acabei por afirmar que essa é uma realidade possível apenas para escolas privadas, considerando que estudantes e professores possuem acesso à internet, o mínimo necessário para uma aula online.
Mas, falar sobre a estrutura é algo obviamente superficial considerando todo o processo de preparar uma aula ou de estruturar um plano de ensino. Mais complexo ainda quando esse plano de ensino precisa de passar por adaptações provocadas por uma pandemia. Provavelmente só os professores que estavam lecionando por volta de 1918 podem dizer o que é passar por isso e, convenhamos, agora os tempos são outros.
Então, nós professores precisamos renovar a nossa prática e, reagindo às pressões por todos os lados, precisamos aprender sobre como usar essa ferramenta tão útil e tão temida para dar uma aula. Não preciso dizer aqui que trocar um quadro pelo monitor do computador, celular ou notebook e que trocar o pedaço de giz ou pincel por um mouse é algo que não irá funcionar muito bem. Então, como dar uma aula online? Precisamos de novos recursos.
Onde os simuladores entram?
Aqui, posso fazer uma pergunta simples: você é um professor buscando por um material para usar durante uma aula ou um estudante buscando um caminho para aprender um pouco enquanto está sem aula? Não se preocupe, vou deixar aqui dicas para os dois lados. Podem continuar lendo!
Vamos começar pelos professores: os simuladores podem ser usados da mesma forma que você utilizaria um experimento em sala de aula ou no laboratório de ciências da escola onde trabalha: existem simuladores pensados para a introdução, para o desenvolvimento de uma explicação ou para a realização de uma avaliação. a maior parte dos materiais disponíveis na internet são facilmente adaptáveis para qualquer uma dessas situações ou para todas elas juntas.
Agora, se você é um estudante buscando por um material complementar ou por algo para estudar enquanto o isolamento social é necessário para que possamos continuar bem, existem muitos materiais feitos para você também: grande parte dos simuladores possuem uma interface intuitiva, simples e fácil de usar, onde você pode aprender o conteúdo brincando com o simulador. Alguns possuem até mesmo jogos que ajudam a entender o conteúdo.
Agora, quando professores usam esses recursos em suas aulas e estudantes têm acesso ao conteúdo, o impacto na aprendizagem é ainda maior: o simulador coopera para uma aprendizagem de maior qualidade por usar recursos visuais e por incentivar uma interação do estudante com o que está sendo estudado.
então, os simuladores são perfeitos para uma aula?
A resposta para isso é simples e direta: claro que não. Apesar de permitirem maior interatividade e segurança na realização de um experimento e colaborarem para o processo de aprendizagem, os simuladores são um recurso e devemos tratá-los como tal. Independente dos avanços tecnológicos, nenhum simulador pode substituir um bom professor e uma aula bem preparada.
Finalmente, podemos dizer que os simuladores colaboram com o trabalho do professor, tornando-o um pouco mais prático e aliviam a situação dos alunos, que, dependendo do modelo do curso preparatório ou da escola, podem precisar passar horas e mais horas sentado assistindo a apresentações de slides e participando de videoconferências que, dependendo da estrutura de TI disponível para professores e estudantes, pode ser horrível.
Onde consigo material de qualidade e de graça?
Deixo aqui duas indicações de sites com simuladores gratuitos, que podem ser usados por professores e por estudantes. Claro que com uma rápida pesquisa no google você pode encontrar muito mais coisa boa!
- PhET (em inglês): simuladores feitos pela Universidade do Colorado, com ótima qualidade gráfica e muitos recursos, tanto para professores quanto para alunos: https://phet.colorado.edu/
- Ludoteca USP: Simuladores muito bem feitos, igualmente gratuitos e ótimos, tanto para alunos quanto para professores:
E você, é professor ou aluno? está passando pela experiência de migrar para um modelo de ensino online? deixe nos comentários o que está achando da experiência.
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