O que aconteceria se encontrássemos vida fora do nosso planeta?



               A ficção científica explora, desde o primeiro filme do estilo a ser lançado, o tema vida alienígena e nosso contato com outras espécies, vindas de outros planetas. O tema é discutido em praticamente todas as culturas e por diferentes públicos, com diferentes argumentos.

                Buscamos por vida fora da Terra usando radiotelescópios, telescópios, radares e todo tipo de equipamento, algumas vezes sem possuir as devidas condições de responder à pergunta: o que faremos se e quando encontrarmos?

                Podemos imaginar algumas consequências da descoberta de vida fora da terra por muitos pontos: militar, científico, tecnológico e até mesmo religioso. Vamos pensar em algumas hipóteses.

Precisamos entender o que é vida

                OK, buscamos vida fora de nosso planeta. Para isso, buscamos por planetas com condições físicas e químicas semelhantes às da Terra. Mas podemos dizer que somente planetas como a Terra são capazes de permitir a evolução da vida?

                Consideramos que seres vivos são capazes de surgir e se manter vivos em condições em que exista água em estado líquido, a qual permite a dissolução da maior parte dos sais essenciais à vida e seu transporte por células, Luz solar forte o bastante para permitir a realização de fotossíntese e um planeta com condições de manter oxigênio na atmosfera.

                Pode ser que estejamos aplicando muitos filtros em nossa busca e existam seres vivos que não dependam do oxigênio e do carbono, por exemplo, mas que dependam de outros elementos químicos, como o silício ou outro mais difícil de imaginar.

                Mas supondo que encontremos vida alienígena fora da Terra, outra pergunta que precisamos nos fazer é: poderemos falar com eles?

As distâncias e as possibilidades

                Assumindo que o universo tenha 14 bilhões de anos e suas fronteiras se expandam tão rápido quanto à luz, estamos assumindo que poderíamos levar bilhões de anos para enviar uma mensagem a outra civilização, em outra galáxia. Outro problema é assumir que tenham tecnologia semelhante à nossa para escutar a mensagem.

                Por outro lado, podemos imaginar que, nesse momento, uma civilização avançada possua tecnologia semelhante à nossa e esteja escutando nossas primeiras transmissões de rádio e responda. Não estaremos mais vivos quando a resposta chegar aqui.

                Por isso, podemos dizer que a comunicação é um dos fatores mais críticos e pode desencadear, inclusive, questões mais sérias entre nossa espécie e os extraterrestres.

                Podemos também imaginar que os filmes de ficção científica estejam corretos e sejamos visitados por seres de outros planetas, com suas tecnologias mais avançadas que as nossas. Nos perguntamos: o que querem fazer por aqui?

Como os militares reagiriam?

                Nossa espécie não é exatamente amistosa consigo mesma quando encontra um grupo, uma civilização ou um pedaço de terra com tecnologia inferior e sabemos disso. Podemos então assumir que as nações mais avançadas em termos militares atacariam alienígenas, por precaução.

                Não poderíamos culpá-los, uma vez que um gasto de energia tão grande para transportar seres vivos de um planeta para outro, em outra estrela, teria enormes custos e, consequentemente, não seria feito apenas para realizar cumprimentos.

                Se pensarmos que o encontro pudesse não ser em nosso planeta, também seria necessário o desenvolvimento de tecnologias para permitir a comunicação. Isso resultaria em uma espécie criando um certo domínio cultural sobre a outra, em termos linguísticos, pelo menos.

                De toda forma um contato não presencial seria a forma mais pacífica para duas espécies se conhecerem. Portanto, podemos dizer que, para nós e para as demais espécies, o envio de sondas não tripuladas, robôs ou mesmo mensagens seria a forma mais pacífica de contato. Nesse ponto estamos no caminho certo.

O que a ciência faria?

                A ciência é outro fator importante: além do desenvolvimento científico e tecnológico propiciado a ambas as espécies, podemos dizer que a ciência teria muitas perguntas a fazer, como sempre.

                Como os indivíduos vivem, que tipo de energia usam em suas comunidades, qual o clima e a composição do planeta onde estão ou de onde vem são apenas algumas das perguntas que certamente seriam feitas.

                A evolução, entretanto, seria grande para as duas espécies, afinal nossa espécie tem alguns milhares de anos de evolução para compartilhar. Poderia ser uma interação interessante, desde que pacífica.

                Como tudo tem dois lados, certamente passaríamos a desenvolver tecnologias que pudessem nos proteger em caso de uma invasão ou de um ataque, o que poderia levar a um tipo de guerra fria interplanetária, no maio estilo Star Wars, talvez até pior.

E as religiões, como reagiriam?

                Posso citar aqui o livro do Genesis, capítulo 1: “Então disse Deus: "Façamos o homem à nossa imagem, con­for­me a nossa semelhança. Domine ele sobre os peixes do mar, sobre as aves do céu, sobre os grandes animais de toda a terra e sobre todos os pequenos animais ­que se movem rente ao chão. 27, Deus criou homem e mulher.”

                Para as religiões cristãs, certamente assumir que existissem outros planetas, com outros “homens e mulheres” seria u, desafio e haveria a necessidade de buscar respostas fora da religião, ir além do que os livros fundamentais escrevem.

                Para algumas religiões menos tradicionais (ao menos no Brasil), como o budismo, a existência de vida fora da Terra seria algo aceitável e uma possibilidade para novos adeptos e uma evolução da própria religião e de seu conceito.

                Como o objetivo do blog não é desrespeitar nenhum credo, paro por aqui essa discussão, assumindo que os líderes de cada uma das religiões encontrariam meios de tornar a interação entre as espécies menos dolorida. Até mesmo para os religiosos extraterrestres (afinal, pode ser que eles tenham suas próprias crenças).

Finalizando

                Podemos dizer que o encontro com extraterrestres não é algo inimaginável, porém é algo em que devemos pensar, e precisamos refletir sobre como seriam nossas reações caso algo do tipo aconteça.

Comentários

  1. Para as religiões seria fácil e proveitoso, não precisaria ser algo racional e explicativo, só dizer, se apeguem a deus para impedir um ataque, orem pela paz entre nós e os aliens e o medo faz o resto.

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