Na fase final do ensino fundamental, os estudantes se deparam com a disciplina Física, para a qual frequentemente se perdem na hora de estudar. O problema piora no Ensino Médio. |
Sabemos que diferentes pessoas têm diferentes habilidades e interesses, que resultam em maior facilidade ou dificuldade na hora de estudar um conteúdo específico. Isso fica ainda mais claro na escola, com uma enorme variedade de conteúdos de diversas disciplinas sendo vistos ao mesmo tempo. Mas aparentemente a física tem seu destaque na lista de dificuldade dos estudantes.
Uma parte dessa dificuldade pode estar relacionada com nosso sistema de ensino e a forma como ensinamos nossas crianças a estudar, quando estão no ensino fundamental. Ocorre que ensinamos às crianças uma “receita de bolo” para aprender e ter bom desempenho escolar.
Em geral, para as disciplinas de exatas e matemática, as crianças aprendem a decorar fórmulas e equações e replicar essas fórmulas em exercícios, muitas vezes apresentados em enorme quantidade e de forma repetitiva pelos livros didáticos.
Para as disciplinas de humanas, o plano infalível é outro: ler, escrever resumos, interpretar os textos e, em seguida, responder a questões, que começam com perguntas simples, que apenas pedem ao estudante que copie trechos do texto e, em seguida, relacionam eventos históricos com situações atuais, por meio da interpretação e do pensamento crítico.
Ao criar essa receita de bolo, prejudicamos, e muito, a aprendizagem dos alunos na disciplina de física, assim como nas ciências da natureza: ao chegar no ensino médio, os adolescentes passam a ter dificuldades com a própria natureza experimental da física.
A física, como toda ciência, se baseia na interpretação de fenômenos e elaboração de hipóteses para, com o uso da matemática, resolver problemas e explicar o universo. Ou seja, nenhuma das duas receitas de bolo funciona na prática.
Por isso, os estudantes demoram um bom tempo para aprender a estudar, o que frequentemente resulta em notas ruins nos primeiros meses do ensino médio ou mesmo na reprovação de estudantes ao final do ano letivo.
Claro que a solução para esse problema não é nada simples e, na prática, requer a revisão de todo o nosso sistema de ensino e dos processos seletivos de universidades e concursos públicos (que essencialmente se baseiam no mesmo princípio).
Mas uma forma de contornar este problema passa por uma boa apresentação sobre a natureza da ciência e como as etapas do método científico podem ser usadas para resolver problemas do nosso cotidiano, e das provas.
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